17 de agosto de 2010

Entrevista com Ana Paola Diniz!




A entrevistada de hoje é uma pessoa iluminada, que cuida dos animais com um carinho que eu nunca vi, por isso me chamou tanta atenção e eu fiz questão de mostrar aqui no blog o quanto faz bem e é bom viver rodeado por animais.


Segue entrevista:

Quando surgiu o seu interesse por cachorros? Tem algum parentesco que atua nessa área?



A minha vida toda sempre foi rodeada de cães, sempre tive cachorros ao meu redor.

Minha mãe era apaixonada por cachorros, tanto quanto eu ou mais, meus pais diziam que eu só me acalmava com uma poodle que se chamava Meggie, e dormia comigo no berço. Minha afinidade com estes anjos vem desde neném !!! Sou alucinada por eles !!! Verdadeira adoração, não importando, cor, sexo ou raça !



Queria ter estudado Medicina Veterinária, mas como me casei muito cedo com um pecuarista, fui morar bem longe de São Paulo e acabei me formando na prática como inseminadora e transplantadora de embriões, em equinos e bovinos. Nunca fiz faculdades. Fiz alguns cursos pela Lagoa da Serra e pela PecPlan. Hoje não atuo mais, mas sempre amei.



Infelizmente hoje não posso pensar em voltar a estudar, pelo menos por enquanto, com filho pequeno (9 anos) e divorciada. Cuido de muitos cães, meu tempo é todo voltado ao meu filho e aos meus cães. Amo o que faço, não me arrependo nem um pouco de abdicar das coisas que abri mão para fazer o que faço hoje.


Quando voce teve seu primeiro cachorro?Qual era?



O primeiro cachorro foi a Poodle... Mas teve também a Muriel, que eu comprei quando ganhei minha primeira mesada. Era $ 80,00 cruzeiros nunca vou me esquecer deste valor !!!!!!! Fui no escritório do meu pai junto com minha mãe e o enlouqueci até ele me deixar comprar minha Cocker spaniel, que se chamava Muriel !!! Foi muito engraçada a cena, pois me lembro da cara do meu pai, de desespero!!! Na época minha mãe criava Dogues Alemães e já tinha mais de 100 !!! Ele falava (Rosaura ) “Vcs são loucas ! Fala para sua filha ficar com um de seus cães !!!! Já são muitos!!! Ou compra um brinquedo como qualquer criança de 8 anos !!!! Mas não houve jeito !!! Entre os Dogues, viras, e outros que minha mãe tinha eu queria a minha !!!! E lá fomos nós comprar a doce Muriel!!!! Senti o prazer de ter a minha própria cachorrinha.... Desde de então nunca mais parei de resgatar e criar cães junto a minha mãe.



Juntas cuidávamos de muitos cães. Eu saia da escola e corria para casa ajudar com os bebês de dogues, resgates entre outros, e detalhe: ia para a Hípica todos os dias montar meu cavalo Kuacha, um Andaluz da Codelaria Portuguesa, que eu era ALUCINADA também !



Quando tinha 13 anos, minha mãe faleceu, e os cães ficaram sobre meus cuidados... Os dogues, sentiram muita a falta dela. Foi aí que eu aprendi, o quão fiel são estes seres INCRÍVEIS ! Eles foram morrendo de tristeza... Muito triste, mas real.



Por esse motivo, apesar de admirar muito os Dogues, são única raça que não consigo ter... Claro que se eu tiver que cuidar de algum o faço com maior amor, mas jamais criar, pois era uma paixão pessoal da pessoa que eu sou mais parecida, não sei se saberia fazer tão bem quanto ela.


O que fez você sentir que era nessa área que queria trabalhar e que poderia ter chances de crescer em um país onde não há tradiçao/ cultura de dar tanta atenção para os cães, assim como é dado as vacas, cavalos de raça...etc.



A gente nunca sabe exatamente os motivos de uma paixão... e os cães são isso para mim. Sou uma estudiosa e apaixonada pela criação. Tanto é que comecei a criar mesmo em meados dos anos 80, quando criava Chow-chow e Rotts. Na época sem recursos, na cara e na coragem, porque meu pai não me apoiava muito. Mas minha vontade era tamanha, que trabalhava para ter dinheiro e ir a exposições e trazer cães de fora, sempre estive no meio da cinofilia.



A cinofilia no Brasil ainda é muito complicada, tem que ter muito empenho, dedicação, dinheiro , paciência.... mas não só no Brasil... Tenho participado de exposições fora do país e aí fica ainda mais difícil porque temos que provar que somos tão competitivos quanto e tão responsáveis quanto, que respeitamos a raça que criamos. Os americanos neste ponto estão realmente muito a frente da nossa tradição.

Qual foi sua maior dificuldade até hoje na criação dos cães?É se apegar aos filhotes e não querer vender??!!



Nunca criei por dinheiro, e sim por amor as raças que crio. Hoje sou criadora ( totalmente apoiada desde 12 de abril de 2004 pelo meu pai, hoje já falecido ) Rhodesian Ridgeback e Chihuahuas, até porque o custo que tenho são muito maiores que a venda que faço num filhote... quando vendo... na maioria das vezes fico com a ninhada inteira e eventualmente presenteio pessoas que tenho certeza de que vão dar aos meus cães o mesmo tipo de atenção que eu dou. Pois eu os crio realmente com muito amor, e fico fascinada com o desenvolvimento de meus filhotes, na maioria das vezes não tenho coragem mesmo de vendê-los !!!! ( risos )


Que desafios você enfrenta na criação de animais e a exibição no Brasil que pode ser diferente daquelas enfrentadas por reprodutores nos EUA?



R: Acredito que a grande diferença seja da organização da cinofilia no Brasil que ainda está muito longe da organização americana. Mas fora esse ponto, acredito que em qualquer tipo de criação de animais, se você não tiver consciência, equilíbrio, paciência, discernimento e muita dignidade, você jamais será um bom criador, reconhecido e respeitado. Em minha opinião, para ser um bom criador, você tem que ter, antes de tudo, muito amor ao que faz e muito respeito à raça que cria. Não pode fazer por dinheiro ou por status.


Que vantagens você sente sendo criadora no Brasil no que diz respeito à criação de animais e à exibição?



R: Não sei se existem grandes vantagens para um criador de animais de exposição no Brasil porque como disse antes, nossa cinofilia ainda está evoluindo. Mas como pessoal, digo que a grande missão de minha vida é tentar divulgar e mostrar a beleza dos Rodhesians para o maior número de pessoas que eu puder! Se eu conseguir isso, já ficarei feliz por ter meu trabalho reconhecido.


Quem mais te apoiou até hoje?



Como exemplo de vida, sem dúvida, minha mãe e meu pai... depois que minha mãe faleceu e que meu pai aceitou a seriedade do meu empenho como criadora, não poupou esforços para me ajudar. Aliás, foi ele quem me trouxe os primeiros Rodhesians. Ele tinha conhecido a raça em NY e ficado impressionado com o temperamento dos cães, sempre calmos e deitados debaixo de obras de arte e esculturas. Foi amor à primeira vista. Então eu tive a certeza de que eu tinha encontrado o que realmente iria fazer como profissão. Ser a proprietária de um conceituado canil de Rhodesian Ridgeback, o que veio a ser o Malabo APD.


Agora um bate-bola:


Seu hobby: Criar cães é ao mesmo tempo meu hobby e meu trabalho.
Comida preferida: purê de batata com requeijão... parece estranho, mas é uma delícia!
Esporte que gosta: gostava muito de ver meu pai jogando Pólo.
Quantos caes você tem: perdi a conta faz tempo!
Família pra voce é: meu filho.
Deus: é tudo.
Uma frase que te norteia/incentiva: Ame muito ! Cuide dos seus, pois assim saberá cuidar do próximo, e dos animais !!!! Seja do bem sembre !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Algumas fotos dos amigos da Ana sendo preparados:




Sem comentários não é mesmo? Eu sabia que essa entrevistada ia me deixar de queixo caído, quem ama os cães são pessoas "diferentes".
 
Ana, mais uma vez muito obrigada!
 
Beijos a todos!
 
*Quem tiver interesse em saber mais sobre os dogs, a Ana tem um site show:

4 comentários:

Rafaela Brafa disse...

Adorei a entrevista!!Poe mais como essa pra gente se inspirar!!!!Bjus

Luciana G. disse...

Nossa, os cachorros sao lindos ne, vou entrar no site dela pra conhecer!

Tb amo bichos!!!

Parabens pela entrevista!!!

Mário Milhomem Bandeira disse...

Parabéns pela dedicação , amor e respeito que voçe trm pelos cachorros

GLADYS PACHECO * Atelier-Boutique disse...

Parabéns! Sua entrevista foi otima!Percebemos que Ana Paola, é uma pessoa inteiramente do Bem, iluminada.