17 de julho de 2012

Dicas que vão tornar a sua viagem de avião mais confortáv



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POR MITSI GOULIAS 
1 - O que devo (ou não) comer a bordo?

Dê preferência às saladas e frutas, alimentos facilmente digeridos pelo organismo até mesmo em ambiente de baixa pressão atmosférica e altitude elevada. Para você ter uma idéia de como essas condições podem interferir em sua digestão, imagine uma bexiga de borracha - você acaba de enchê-la e entra com ela no avião. Sabe o que vai acontecer? A bexiga aumentará de tamanho durante o vôo, pois o gás se modifica em razão da baixa pressão na aeronave. A imagem, nada poética, ilustra o que acontece com os gases no interior do seu organismo. Se comer (no avião ou pouco antes de embarcar) alimentos que estimulam a formação de gases, como feijão, lentilha, abóbora, cebola, repolho, couve, pepino ou salsicha, a digestão será mais difícil e você vai se sentir "inchado". É por isso que os refrigerantes também são contra-indicados, assim como as frituras, as carnes vermelhas e os molhos. Dá agora para entender por que as empresas aéreas tentam evitar o desconforto, oferecendo refeições em pequenas porções?



2 - Sofro de labirintite. Vou ter problemas durante o vôo?

Recentemente, a secretária Catarina Marcelina preferiu enfrentar dezessete horas de ônibus, entre São Paulo e Foz do Iguaçu, em vez de fazer o mesmo percurso em uma hora e meia de avião. "Morro de vontade de voar, mas tenho medo de me sentir mal", confessa. Por quê? Catarina sofre de labirintite, uma inflamação do labirinto, formação interna do ouvido que é responsável pelo senso de equilíbrio. A reação de Catarina é exagerada: apenas em situações de crise, uma viagem de avião é desaconselhada - e isso porque a pressão interna do ouvido doente vai entrar em choque com a da aeronave, provocando dor. Mas há medicamentos preventivos que são receitados pelos especialistas para controlar os efeitos da labirintite durante o vôo.



3 - O vôo vai ser longo. Como posso diminuir o jet lag, após o desembarque?

Os efeitos do jet lag (fadiga, insônia, dor de cabeça, dificuldade de concentração, entre outros) são mais sentidos por quem se desloca no sentido Oeste-Leste. Isso explica por que a viagem de ida para a Europa é mais cansativa do que a de volta. Quanto maior a diferença de fuso horário, pior a adaptação: o corpo humano precisa de um dia para se ajustar. Mas, seja qual for a direção, procure o quanto antes fazer as refeições e dormir na mesma hora que os moradores do lugar. Se o avião chegar de noite, evite dormir durante o vôo. Porém, se a chegada for de manhã, durma o que puder no avião e desista de ir para a cama, após o desembarque. Ao contrário, faça questão de tomar um longo banho para reidratar o corpo; dê uma caminhada para aclimatizar o organismo e beba muita água durante os dias seguintes a sua chegada. Nos Estados Unidos, o último lançamento no combate ao jet lag é o aparelho chamado Bio-Brite Jet Lag Visor (www.biobriteinc.com). Ele emite raios luminosos que, garante o fabricante, ajudam o organismo a se ajustar aos novos horários (preço: US$ 339).



4 - Sigo uma dieta alimentar. O que posso comer durante o vôo?

As empresas aéreas estão preparadas para servir refeições especiais para passageiros que evitam algum tipo de comida por razões físicas, religiosas ou simplesmente por uma questão de gosto. No mínimo, elas podem oferecer 18 variedades de pratos. Mas a TAM, a Singapore Airlines e a United Airlines destacam-se no mercado com o cardápio de 25 opções, entre elas, dieta para diabéticos, vegetarianos, comida hindu, japonesa, kosher, mórmon, sem colesterol, à base de frutos do mar e para crianças. Ninguém paga 1 centavo a mais por isso. Só precisa fazer o pedido com antecedência - no ato da reserva, por exemplo. Mas atenção: se o vôo for alterado, lembre-se de pedir a transferência da refeição.



5 - Bebidas alcoólicas ajudam (ou não) a relaxar?

Depende da dose - e de quem bebe. Para alguns, uma dose de uísque não apenas relaxa como também faz menos mal do que um refrigerante (que provoca gases). Para outros, a mesma bebida aumenta os sintomas do jet lag. Moral da história? Cada pessoa é um universo, com um grau específico de resistência ao álcool. Está comprovado, no entanto, que é duas vezes mais fácil ficar bêbado em um vôo do que em terra firme: a altitude e o ar rarefeito no avião potencializam os efeitos do álcool. Para inibir esse consumo, empresas aéreas dos Estados Unidos já começaram a cobrar por bebidas servidas nos vôos domésticos, caso da Delta Airlines, United Airlines, Continental e TWA.



6 - Que tipo de roupa devo usar na viagem de avião?

A mais confortável possível. Leve em conta que a baixa pressão atmosférica na aeronave faz o corpo "dilatar". E tudo o que você vestir vai parecer um número menor. Assim, as mulheres estão proibidas de usar sutiã e jeans apertados ou sapatos de saltos estratosféricos. O mesmo vale para calças, camisas e paletós usados pelos homens (gravata? Nem pensar!). Prefira roupas de fibras naturais (algodão) ou que tenham stretch na composição - elas esticam e não amassam. Cores escuras também disfarçam o visual amarfanhado de quem passou horas na poltrona de classe econômica. Outra dica é carregar um blazer: Você tira ou coloca essa peça segundo a variação da temperatura dentro (e fora) do avião.



7 - Existem acessórios que tornam um vôo mais confortável?

Quem viaja na primeira classe e na executiva está habituado a ser mimado com kits que incluem máscara para os olhos, protetor de ouvido, hidratante, meias e umidificador de narinas. Já os passageiros da classe econômica da TAM, Air France e Continental também recebem máscara para os olhos e tampão de ouvido. A propósito, esse tipo de acessório pode ser adquirido nas lojas duty-free dos aeroportos (o conjunto de máscara para os olhos e protetor de ouvido custa R$ 12, e a almofada ajustável ao pescoço, cerca de R$ 10). A boa notícia é que as indústrias começam a encontrar soluções para o desconforto típico de uma viagem de avião. Já existe, por exemplo, o umidificador e purificador de ar portátil, que deve ser usado pendurado no pescoço. Custa US$ 60 e está à venda no site da loja The Sharper Image (www.sharperimage.com). Outra empresa americana desenvolveu um tipo de capacete chamado Dreamhelmet. Ele serve de travesseiro, protetor de olhos e ouvidos - além, é claro, de disfarce de Darth Vader. Custa US$ 30 e pode ser encontrado em três modelos, um deles de oncinha (www.dreamhelmet.com).



8 - Quais são os lugares mais confortáveis do avião?

É difícil falar em conforto, quando se constata que a largura média do assento da classe econômica é de 45 centímetros; o ângulo de reclinação de sua poltrona, 35 graus e a distância entre as fileiras, 80 centímetros. Na hora de configurar os aviões, as empresas garantem levar em consideração a estatura-padrão de 1,80 metro. Mas o escritor João Ubaldo Ribeiro já identificou esse tipo de acomodação como digna de pigmeu. "Meço 1,73 metro e, mesmo assim, me senti um galalau nórdico ao tentar ocupar uma poltrona de avião", ele escreveu na crônica Memórias de um Turista Acidentado. O que fazer? Quem for alto, deve escolher a poltrona do corredor, a da primeira fileira ou aquela próxima da saída de emergência (lugares onde dá para esticar as pernas um pouco mais). Saiba também que as poltronas das primeiras fileiras também são as menos afetadas pela turbulência e pelo barulho dentro da aeronave.



9 - Como driblar aquele problema que pode surgir após a decolagem, o inchaço nos pés?

Mantendo-os em movimento. Aliás, não apenas os pés mas também as pernas. Isso significa levantar-se, a cada duas horas, e andar pelos corredores do avião por alguns minutos. Quem viaja na classe econômica tem a circulação sanguínea mais prejudicada, pois fica muitas horas na mesma posição, preso ao espaço reduzido. Contudo, mesmo sentado, é possível fazer alguns exercícios benéficos para o corpo, movimentando a ponta dos pés ou flexionando os joelhos. Mas, conforme-se: por mais que você seja metódico, os seus pés sempre vão inchar um pouco, conseqüência da variação de pressão dentro da cabine. O que manda o bom senso? Se for viajar de avião, use sapatos confortáveis, no mínimo, meio número maior que o habitual. Assim, você não vai precisar ficar descalço durante o vôo para suportar o inchaço dos pés.



10 - O que faço para não enjoar?

Vale a pena tomar um anti-emético meia hora antes do vôo, seguindo as orientações do seu médico. Quem tem facilidade de enjoar, não deve viajar de estômago vazio, muito menos se empanturrar. Se o avião enfrentar uma turbulência e você começar a se sentir mal, respire fundo, aumente a saída de ar sobre a poltrona e concentre a atenção num ponto fixo em sua frente. Algumas pessoas mais sensíveis também reclamam de indisposição, quando a aeronave começa a manobrar para decolar. Isso acontece porque o ar que se respira no avião pode conter odores coletados no exterior, como o da queima do querosene usado como combustível. Porém, esse problema desaparece tão logo ele atinja altitude elevada. Outro momento delicado: o piloto não recebe autorização de pouso e gasta o tempo, fazendo o avião dar voltas. O fato de não voar mais em linha reta pode provocar enjôo. Se isso acontecer, respire fundo e adote o mesmo comportamento recomendado para enfrentar a turbulência.



11 - Vou viajar de avião com meu bebê. Há um lugar para fazê-lo dormir e trocar as fraldas?

A maioria dos aviões, em especial os que fazem as rotas internacionais, tem um espaço para acomodar berços nas primeiras fileiras. O berço, próprio para bebês de até 6 meses, deve ser solicitado durante a reserva. Funciona como um moisés preso a um suporte fixo na parede, em frente da poltrona da mãe. Em alguns casos, os banheiros das aeronaves também têm bancada para a troca de fraldas (algo que você deve indagar também no ato de reserva, pois tudo depende do tipo de equipamento utilizado). A vantagem de avisar a empresa aérea sobre a viagem com um bebê é que você passa a dispor de comida especial, mamadeiras, nécessaire (com artigos de higiene) e travesseiro infantil.



12 - O que as empresas aéreas oferecem para entreter as crianças durante o vôo?

Quebra-cabeças, carrinhos, lápis de cor, blocos de desenho e bichos de pelúcia são alguns dos brindes distribuídos aos passageiros mirins. Varig, TAM, United Airlines, Continental, Air France e British Airways estão entre as que mais se destacam nesse tipo de serviço. Canais de desenhos animados e músicas infantis também são opções de diversão na maioria das companhias. As refeições, de cardápio especial, costumam ser servidas em louça de temática infantil. Para garantir esse atendimento diferenciado, avise que vai viajar na companhia de uma criança ao fazer a reserva.



13 - As empresas aéreas sabem atender passageiros que precisam de cuidados especiais?

Para ser melhor atendido, explique já no ato da reserva o tipo de cuidado de que necessita. Há prioridade no embarque (feito cerca de 20 minutos antes dos demais passageiros) e acompanhamento de um funcionário do check-in até o avião (se preciso, o transporte vai ser feito em cadeira de rodas). Portadores de deficiência física são acomodados nas poltronas próximas ao corredor. Se precisar viajar deitado, uma maca será instalada com a remoção de poltronas. Idosos e gestantes também têm preferência no embarque. Aliás, grávida de sete meses já não é mais tratada como um bicho de sete cabeças. Na maioria dos casos, ela apenas precisa apresentar um atestado médico para poder viajar.



14 - Morro de medo de voar e não consigo lidar com isso. O que devo fazer?

Quatro entre dez brasileiros que já embarcaram em uma aeronave sentem-se inseguros a cada vez que são obrigados a voar. Mas há outra estatística eloqüente: o avião é hoje um meio de transporte tão seguro que a probabilidade de acidentes fatais é de um em 2 milhões. Ok, você tem certeza de que está incluído nessa minoria e não quer nem saber das dicas dos psicólogos para controlar o medo (como inspirar e expirar lentamente, uma das técnicas mais simples de relaxamento). Ao contrário, você se identifica com a história da artista plástica Elizabeth Pimental. Ela chegou a embarcar no avião que a levaria para Buenos Aires, mas ficou tão apavorada que conseguiu desembarcar quando as turbinas já estavam ligadas! "Saí correndo, empurrando quem aparecia na frente, de comissários a agentes federais. Nem lembro como cheguei em casa", conta. Bem, não é preciso agir como Elizabeth para driblar esse problema: se ele existe, também existe a solução - no caso, ajuda especializada. Em São Paulo, acaba de ser criado o Instituto Condor de Psicologia e Pesquisa do Medo de Voar (Tel.: 11/3773-8584). Curso pioneiro no país, é monitorado por psicólogos, pilotos e comissários de bordo.



15 - Ouvi dizer que uma passageira morreu por causa de problemas circulatórios. Isso pode acontecer comigo?

O que aconteceu com Emma Christofferson, há dois meses, foi um caso extremo. Ela morreu logo após desembarcar de um vôo, de 21 horas, de Sydney a Londres, vítima de uma trombose. Passar horas na mesma posição estimula a formação de coágulos de sangue nas pernas que podem subir para o coração, os pulmões ou o cérebro, mas o pior sempre pode ser evitado. Algumas companhias, caso da Air France e a Lufthansa, exibem vídeos durante o vôo com exercícios específicos para melhorar a circulação. Um deles recomenda, por exemplo, que o passageiro estique os braços acima da cabeça, com os dedos entrelaçados, como se estivesse espreguiçando - movimento que vai ser repetido dez vezes. É o tipo de exercício que deve ser feito inclusive por quem não tem problemas circulatórios. Beber água (1 litro a cada três horas) também é fundamental. Afinal, o ar da cabine é mais seco do que o do Deserto do Saara.



16 - Sou fumante. Vou ser capaz de sobreviver a um vôo, sem acender um cigarro?

O comissário de bordo Mário Lemos, da Varig, já viu de tudo: desde passageiro que segura o cigarro apagado entre os dedos durante horas até o que não agüenta, remove o filtro e come o fumo! O problema é que o fumante não pode mais tampar o sol com a peneira: as grandes companhias aéreas, com exceção da Aeroflot, aboliram o cigarro em seus vôos. Fumar "escondido" no banheiro também é perda de tempo - o detector de fumaça dá sinal da infração, por mais que se tente tampar o sensor com copo plástico. Para atenuar a angústia, empresas como Varig, Lufthansa, Air France e Swissair, distribuem chicletes com nicotina. Mas os especialistas são claros: após o jantar, tome um comprimido - e durma!



Fonte:www.triplan.com.br

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