O termo crochê tem origem na palavra francesa croc, que significa gancho, mas onde e como surgiu, ninguém atesta com precisão. No entanto, pesquisas arqueológicas comprovam que o crochê teve origem na China, como uma forma de costura. Posteriormente, a técnica, conhecida como tambouring (palavra do idioma inglês, que significa tambor) ultrapassou fronteiras alcançando a Turquia, Índia, Pérsia, norte da África chegando finalmente ao continente europeu por volta de 1.700.
No final do século 18 a técnica evoluiu para o que os franceses chamam de “crochê no ar”, em que o tecido de fundo e o bastidor foram abolidos e a agulha passou a ser trabalhada diretamente com a linha. Espalhando-se pela Europa, o crochê ganhou fama na Inglaterra na era Vitoriana, quando esse tipo de artesanato era o passatempo preferido das senhoras da nobreza.No início do século 19, fios como a seda eram largamente usados para imitar bordados e laços importados, marcando o princípio do crochê filé.
Mas os primeiros trabalhos conhecidos como crochê remontam ao fim da Idade Média.Nesse período, religiosas ensinavam a técnica às jovens de famílias nobres; com o crescimento e a evolução dessa prática manual,o crochê tornou-se o passatempo predileto das damas da corte da Itália,da Espanha e da França.
Na Renascença e durante a época de Luís XIV a técnica se aprimorou, assim como a qualidade dos trabalhos.A Revolução Francesa propiciou indiretamente a difusão do crochê para todos os países da Europa (Irlanda, Inglaterra, e países nórdicos) graças às famílias nobres que ali se exilaram, levando consigo esse conhecimento.Mas o apogeu do crochê acontece na Irlanda do século 19, época na qual se transformou numa verdadeira indústria artesanal.Com efeito, após a Grande Fome de 1846, dizem que a madre superiora de um convento daquele país pediu às irmãs que ensinassem a técnica às mulheres do povo, a fim de que pudessem trabalhar sem sair de casa.Essa iniciativa teve um sucesso fabuloso, e assim surgiram as guipures da Irlanda, fabricadas à mão em Dublin e Belfast, e exportadas para o mundo inteiro, particularmente para a Inglaterra vitoriana.Essa renda servia para ornamentar roupas e a lingerie da corte, e com ela também se produziam pequenos objetos para os salões dos palácios.
Na França crescia igualmente o interesse pelo crochê, mas o trabalho feito à mão é progressivamente substituído pela produção industrial.A técnica, que anteriormente passava de geração em geração, numa tradição que unia transmissão do conhecimento de forma oral e manual, passou a ser objeto de livros, nos quais se publicavam os pontos básicos seguidos de inúmeros projetos e modelos.
Assim, Mademoisellle Riego de La Blanchardière, depois de ter ensinado a técnica do crochê à corte da Rainha Vitória, publicou a primeira revista sobre o assunto: The Needle.
A moda do crochê mudou no fim do período vitoriano, nos anos 1890.Já na era eduardiana, a renda crochetada teve seu ápice entre os anos 10 e 20 do século passado, apresentando texturas e pontos mais elaborados.
As cores fortes cederam lugar ao branco e aos tons pálidos, exceção feita apenas quando a técnica surgia em bolsas.Nesse caso somavam-se fios de sedas multicoloridas e miçangas.
Após a Primeira Guerra Mundial, surgem poucos modelos de crochê em sua maioria versões simplificadas daqueles que fizeram sucesso no início do século 20.Terminada a Segunda Guerra Mundial, os últimos anos da década de 40 até o início dos anos 60, há um ressurgimento da técnica, agora direcionada ao artesanato decorativo.Fazendo uso de fios coloridos e encorpados, surgiam tapetes, descansos de travessas, pegadores de panela etc...
Nos anos 70 popularizaram-se os grandes quadrados multicoloridos de crochê, que os hippies usaram num sem número de aplicações.Hoje ele reina sobre os objetos decorativos e ganhou enorme expressão nas passarelas da moda.
Os tipos relacionados a seguir são derivados da técnica básica de crochê:
Crochê filé;
Crochê tunisiano;
Um comentário:
Ta linda essa tendencia né? Bjos
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